Sobre o autor:
José Alvarista Tenório, conhecido como Zezinho de
Baiano, nasceu em Pernambuco, em 1941, e estudou apenas
até a quarta série do fundamental, porque, aos 8 anos,
começou a trabalhar para ajudar seus pais.
Assim como tantos outros brasileiros, aos 19 foi para
São Paulo em busca de novas oportunidades. Lá trabalhou em
uma indústria química que prejudicou sua saúde e acabou
tendo que pedir demissão.
Até então não escrevia e sentia dentro de si que
alguma coisa estava faltando. Conheceu o amor de Deus, o
amor de sua mulher e o amor de seus quatro filhos, mas ainda
faltava a arte em sua vida.
Voltando às suas raízes em Pernambuco, em 1984
começou a sonhar com música e poesia, e precisou colocar no
papel tudo do que seu coração estava cheio - e finalmente
estava completo.
Desse coração nasceu o sonho de compartilhar com a
família e os amigos suas palavras e suas emoções, nasceram
seus dois CDs e, finalmente, para celebrar seu aniversário de
80 anos, nasce seu primeiro livro: Cultura e Sentimento.
Sobre a obra:
Sinopse:
Todo mundo carrega Cultura e Sentimento dentro de si, e algumas pessoas fazem
disso a sua vida. José Alvarista Tenório, é uma dessas pessoas. Conhecido como Zezinho, ele
coloca amor e poesia em cada verso dos seus dias. E nesse livro há 70 poesias em que ele fala sobre suas raízes, sobre pedaços do Brasil e dos brasileiros, sobre paixões e dores, sobre
amores e desamores, sobre lutas e luto, sobre beleza e alegria, e sobre uma vida brasileira tão poeticamente comum.
Escrita ao longo de vários anos e organizada durante a pandemia, a obra é uma
coleção de algumas das poesias favoritas da família Alvarista, como um presente pelos
oitenta anos de uma vida que só poderia ser sinônimo de amor e arte. Combinando com toda
a sensibilidade e brasilidade características do autor, o livro traz ainda as ilustrações
minimalistas da jovem artista, também pernambucana, Júlia Richelle.
Introdução:
"O que mais você está buscando além daquilo com o que você nasceu? Por que não é o
bastante estar apenas vivo? O que você precisa ter em sua vida para sentir que está completa?
O que é uma vida completa?
São muitas perguntas. E as respostas podem ser difíceis, complexas e distantes. A
maioria de nós escuta uma pergunta dessa e fica se questionando, pelo menos por alguns
instantes, sem saber o que dizer. Eu sei que se eu tivesse que responder essas questões
existenciais, eu usaria palavras demais e ainda sentiria a incerteza de saber se foram as
palavras certas ou palavras suficientes, mas o meu avô não é assim. Ele é um homem direto e
assertivo, e a resposta dele seria simples e curta: poesia.
O que ele busca, o que o mantém vivo e o que o completa é a poesia. Tenho certeza
que para ele é quase como o ar que respiramos.
Suas palavras rimadas são preenchidas com as suas sabedorias, com sua humanidade
e com a sua história. Suas palavras são um pedaço de seu coração posto em papel, e isso faz
dele um poeta.
Um poeta cria mundos, retrata realidades, transmite emoções e traduz complexidades.
E esse poeta carrega consigo um dom que transcende formalidades como escolaridade através da perspectiva única da vivência de um homem de 80 anos que encontrou forças na poesia, que deixou essa arte tomar conta da sua vida, deixou as rimas curar suas feridas e tornou as estrofes uma parte vital de si.
E depois de vivermos tempo demais desfrutando do talento dele com exclusividade,
decidimos compartilhar isso com o mundo através desse livro.
Não vou vender aqui a ideia de que esse é o melhor livro de poesia nacional da
atualidade ou tentar te convencer da qualidade textual dessa obra, mas eu sou obrigada a falar sobre o coração que bate em cada uma das palavras que estão nessas páginas.
É o coração de mais um brasileiro que enxergou beleza no meio da dor, que viu
esperança no meio dos desafios e que fez a própria vida se tornar aquilo que ele ama: poesia.
Essa obra pode não ter uma construção impecável cheia de palavras rebuscadas, mas é
um retrato sincero e vulnerável das vivências de um do campo que só cursou até a quarta
série, do homem que já transitou entre ser operário, autônomo e aposentado, do homem que
encontrou o amor verdadeiro e passou pela dor de perdê-la, do homem que criou quatro filhos e teve o prazer de ver cada um deles se encaminhar com as próprias pernas, do homem que nunca desistiu de fazer germinar no seu pedaço de terra semi árida, do homem que foi fruto de uma família nordestina com origens perdidas, do homem que carrega sua fé católica sob todas as circunstâncias, do homem marcado pelo seu êxodo e seu retorno. Do homem com uma vida feita de poesia.
E é por isso que este livro é para todas as pessoas que precisam se lembrar do valor da
vida e da família, para quem acredita no poder do amor, para aqueles que acreditam no poder das palavras, da gentileza e da esperança, para quem é poeta, tem coração de poeta ou para quem sabe apreciar a poesia escondida nas pequenas coisas do dia a dia.
Sejam bem vindos a um pedaço do coração do patriarca da nossa família.
Com amor,
Dhayane Alvarista"
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