Sobre as autoras:
Neusa Uberti
Nasceu em Viadutos, Rio Grande do Sul, em 31 de janeiro de 1967. Mudou-se para Santa Catarina ainda criança, onde residiu até 2007, quando mudou-se para os Estados Unidos.É casada com Chip Chamberlain e tem duas filhas do primeiro casamento. Neusa fez magistério e é formada em Estudos Sociais na Unoesc de Chapecó. Durante sua permanência no Brasil, trabalhou na área de educação para o estado de Santa Catarina. A leitura e a redação sempre foram sua paixão, com isso a obra Segunda Chance, lançamento da MH Nossa Editora, foi acima de tudo uma terapia para sua vida.
Reni Uberti Redin
Reni Teresinha Uberti Redin nasceu em Viadutos-RS e mudou-se com a família para Concórdia-SC, quando tinha 7 anos. Casada e mãe dois filhos, reside no Paraná desde 1982, onde é empresária da indústria de confecções. Sempre gostou muito de ler, mas nunca pensou em escrever um livro, até se sentir motivada pela própria Neusa e pela seu comportamento naquela situação em que se encontrava, sempre otimista e sem reclamar de nada e com ninguém e passou a pensar que a história dela merecia ser contada e começou incentivá-la e ajudá-la na concretização desta obra.
Sobre Segunda Chance: "A minha vida tem sido um percurso de muita aprendizagem, tenho aprendido muito mais do que ensinado. Tenho aprendido principalmente com os desafios que tenho superado ou com os que estou trabalhando para superar . O livro segunda chance surgiu num momento de muita dor e de sofrimento decorrente de um grave acidente de carro. Foi entre a vida e a morte que eu escolhi viver. Deus me deu uma segunda chance de estar aqui para glorificar o seu nome. Atualmente, entre meus planos e projetos está o trabalho de escrever o meu segundo livro, que também vai relatar experiências vividas durante o meu processo de recuperação em que passei a ver a vida sob um novo prisma. Dentre todas as mensagens que eu trago com o meu livro, a minha preferida é que devemos colocar Deus em primeiro lugar em tudo e viver intensamente como se hoje fosse o último dia de nossas vidas."
Neusa Uberti
18 de Novembro de 2018.
"Eram 17:30 da tarde e eu estava trabalhando num projeto de enfermagem para a Universidade, quando recebi uma ligação da mãe. Eu já sei que quando ela me liga e porque quer que eu a visite.
--Não estou me sentindo muito bem, eu preciso de ajuda, ela suplicou.
Essas são frases vitais que me dizem que ela precisa um número de coisas que os técnicos e enfermeiros da clinica, em que ela estava, não são capazes de fazer tão bem feito quanto eu faria em apenas alguns minutos estando lá. Digo isso não por eles serem incapacitados, mas por terem 15 outros pacientes para cuidar ao mesmo tempo.
Passamos algumas horas juntas, mas foi apenas quando sua visita foi embora, em torno das 20:00 horas que me dei conta que ela precisava desabafar, e muito. O rosto dela estava estático, olhando diretamente para a televisão, certamente para esconder as emoções de mim e do Chip que estavamos ao seu lado. Eu caminhei até ela e a abracei (Já era o terceiro abraço desde que cheguei à clinica). Ela sussurrou algo mas eu não entendi o que ela precisava. Eu a segurei em meus braços e disse que podia chorar. E ela chorou, e chorou. E e então disse:
--isso não é fácil.
--eu quero ir pra casa.
--eu quero minha vida de volta.
Eu já conhecia essas palavras, eu já tinha ouvido outra vez.
Ela chorou, “o que vai ser da minha vida agora?”
Como assim mãe?
--eu nunca vou poder fazer as coisas que eu fazia. Eu gostava de limpar, organizar.
Lágrimas desceram pelo seu rosto...
Ela disse ainda, -- como eu gostaria poder cuidar melhor de você como mãe. Eu lhe aconselhei que ela já tinha me dado tudo que eu poderia esperar de uma mãe: uma amiga, uma modelo de pessoa, minha inspiração e motivação. Eu terminei nosso abraço e sentei em frente dela esperando que ela se sentisse melhor. “Eu não tenho mais esperança.” Aquelas palavras foram de cortar o coração por terem vindo da pessoa que eu mais amo neste mundo.
Perto das 21:00 horas da noite eu escovei seus dentes, desesperadamente sentindo a cachoeira de lágrimas que agora eu estava segurando. Saindo de lá, entrei no meu carro e chorei. Senti uma onda de solidão, querendo alguém ao meu lado. Pensei em ligar para a Carol (minha irmã) ou uma das amigas da mãe. Mas que egoista seria, eu pensei, passar a dor que eu sentia para outra pessoa. Dirigi para casa com os olhos pesados, estacionei em lágrimas, e ai fiquei por alguns minutos , em lágrimas.
E era apenas quarta-feira."
Fonte: Reproduzido na íntegra do meu diário.
Maria Joana Rubert filha de Neusa Uberti
Comments